Morte nas estradas

Cento e quarenta e duas pessoas morreram nas estradas brasileiras, no feriado da independência.
É hora de parar para examinar melhor este problema. Estamos perdendo mais gente do que qualquer guerra no mundo, principalmente a do Afeganistão.

Alguns policiais rodoviários culpam o aumento da frota. De fato, foram quase dez milhões de novos carros vendidos este ano. Passamos de uma frota de 54,5 milhões para uma frota de 63 milhões de carros. Mas é interessante pesquisar essas mortes com cuidado.

Quantas foram provocadas por erro dos motoristas? Quantas foram provocadas pela irregular situação das estradas nacionais? Onde as mortes aconteceram com mais frequência? Em que horário foram registrados mais acidentes? O Brasil deveria se dedicar a esse estudo para produzir uma política diferente da que aplicamos até aqui.

Devemos levar em conta também os 1.465 feridos, pois seu depoimento seria fundamental. Uma pena que ficamos apenas nos registros dos números. Qualquer país que valorize a vida estaria produzindo hoje uma reunião do presidente com o ministro dos transporte e outras autoridades responsáveis pelo tema. Se isto não acontece, o único caminho é a própria sociedade pesquisar e apresentar saídas, embora algumas delas, como a educação para o trânsito, sejam soluções de longo prazo.