Está um pouco difícil prever o futuro das relações Brasil-Irã. A julgar pela evolução da dupla Amorim-Lula, seriam cordiais e cada vez mais profundas. Lula afirmou que a oposição ao governo iraniano comportava-se como uma torcida de futebol; em seguida foi ao Irã propor um acordo, ao lado da Turquia, imediatamente bombardeado pelas principais potências planetárias. Amorim não só se absteve na resolução que condenava o apedrejamento, como declarou que os países que votaram contra Teerã queriam apenas aparecer como bonzinhos para a opinião pública mundial.
Nos documentos vazados pelo Wikileak, o novo chanceler Antônio Patriota aparece manifestando uma certa desconfiança e incerteza em relação ao Irã. Numa entrevista ao Washington Post, Dilma Roussef afirmou que não se sentiu confortável com a posição do Brasil na ONU, abstendo-se diante do apedrejamento de uma condenada.
Para que lado o Brasil vai se mover, nesta questão? Tenho dúvidas. No momento em que a Policia Federal reconhece que monitorou um grupo de simpatizantes do Irã no Brasil, temendo alguma ligação com terrorismo, o Itamaraty nos manda um projeto dispensando vistos para diplomatas e altos funcionários iranianos.
O projeto vai ser examinado hoje, terça feira, na Comissão de Relações Exteriores. Minha proposta é esperar que novo governo assuma e convidá-lo para uma audiência pública para que diga exatamente qual será nossa relação com o Irã, se é que o governo está mesmo sabendo a resposta para esta questão.
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