De novo, as chuvas de verão

Foto de Gabriel Rocha/Flickr/Creative Commons

Na sexta-feira o noticiário das tevês apresentava a previsão dos especialistas: este será um verão de muitos temporais. No domingo, quando muitos comemoravam a conquista do Fluminense, um temporal caiu na cidade, inundando algumas ruas.

Foi apenas o primeiro temporal. Observei no twitter que as pessoas estão ligadas. Isto é fundamental para sua própria proteção. Certamente, uma rede de informações amplas e precisas  pode ajudar a cidade a se defender. No entanto, a questão fundamental continua sendo esta: os governos se prepararam para um verão de temporais?

No momento em que se discute em Cancún o futuro do planeta, é preciso admitir que, independente do resultado dessas discussões, a temperatura vai subir e enfrentaremos desastres ambientais.

Por que não existe ainda um plano nacional com repercussão em cada metrópole brasileira? Durante a campanha presidencial, falou-se em criar uma grande defesa civil. Mas hoje, o tema está esquecido. Disputam-se cargos no governo, mas ninguém aparece dizendo que gostaria de construir no Brasil uma defesa à altura do desafio climático que enfrentaremos.

De um modo geral, a defesa será vinculada ao Ministério da Integração que, também de modo geral, é destinado ao Nordeste. Isso acontece por causa da secas que atingem a região, embora este ano as secas tenham sido muito duras na Amazônia, por causa , talvez, do fenômeno La Niña.

É hora de nos prepararmos e ajudarmos os bairros potencialmente vulneráveis e se prepararem também. É preciso ter canoas, lista de quem não se move sozinho, lugares para onde se retirar em caso de temporal.

Devo voltar ao jornalismo, em 2011. Um dos meus objetivos é contar a história desse verão, sem grandes comentários morais. Apenas mostrar que os estragos podem ser maiores, quando não nos preparamos para enfrentá-los.