Hoje é dia de manifestação no Rio. Royalties do petróleo. Vai muita gente. Foi convocada pelo governador e tem o apoio de prefeitos que trarão manifestantes de outras cidades.
O governador Cabral foi inábil no período em que o tema foi discutido no Congresso. E foi incapaz de articular uma campanha nacional, mostrando com números e fatos socioambientais o impacto da exploração do petróleo no litoral do estado.
A manifestação de hoje não vai sensibilizar os deputados e senadores. Todos trabalham voltados apenas para os seus eleitores. O que é legítimo. Mas não há um núcleo que pense no pacto federativo, nos vínculos que unem uns aos outros.
Quem pode pensar no conjunto é a presidente Dilma. Mas o governo federal não conseguiu achar a saída que atendesse a todos.
O Rio está sendo jogado numa luta pelos seus interesses regionais. Mas também tem uma vocação nacional. As duas vertentes unidas podem chegar a um resultado melhor.
Daí a necessidade de manifestar, mas também iniciar um diálogo com a opinião pública de outros estados, ter uma proposta que faça justiça ao Rio e também contemple a todos.
O papel do governo federal é importante. Mas não aceitou reduzir uma parte de sua fatia.
Ha ainda uma questão essencial que os governos não tocam, quando se tratam de royalties: o compromisso com a transparência nos gastos.
Isso não só previne a corrupção, mas ajuda a orientar a aplicação do dinheiro. Uma pesquisa sobre o tema indicou que as cidades do Rio gastaram 30 por cento de seus royalties empregando mais gente. Será que esse é o caminho?
O fato de as pessoas não saberem como é gasto o dinheiro do petróleo torna o tema dos royalties muito abstrato para elas.
Estarei lá ouvindo os manifestantes, documentando e tentando compreender o quais são as propostas para depois da manifestação.
A forma como o país gasta o que ganha com o petróleo é decisiva para alguns, como foi para a Noruega e a Venezuela, cada uma com sua trajetória.
O caminho brasileiro foi discutido muito brevemente no Congresso. O que mobiliza o Rio hoje poderia levar a um debate nacional sobre o tema. Os governos daqui, no entanto parecem preocupados em mostrar apenas que estão resistindo. Saídas para o impassse não conseguem colocar na mesa.



2 Comments
Bem falado Gabeira,
Não havendo transparência nos gastos, quem garante que esse dinheiro reverte mesmo em benefício da população? Por que colocar terror nos aposentados? Será que a arrecadação com ICMS, multas, IPTU, IPVA, dentre tantos outros impostos não é suficiente. Talvez não haja falta de dinheiro e sim má gestão da verba disponível. Ao meu talvez míope modo de ver, parece é que os governos daqui e do ES estão é provovendo uma grande pantomima. O Grande Circo Imperial da China, ou do grupo chinês, está nas ruas…
O petróleo não é do Rio, não é de ninguém, é da Terra. Por que não fazem um mega-evento como este para promovover o uso de fontes alternativas de energia, que desprezem combustíveis fósseis? E os artistas que lá estarão – na maioria parceiros do Estado e da Prefeitura em Projetos Sociais e ONGs – por que não fazem um ato contra a corrupção ou violação de direitos humanos. Será que tudo se resume a dinheiro?
CABRAL está pensando que essa manifestação é um SHOWMICIO onde ele é o protagonista.
Caipinha servida de graça e super forte, por ordem doe Cabral.
Ao entrar, CABRAL tomou uma VAIA enorme, mas até o monento está tendando se controlar ao lado de PAES, mas acho que não vai demorar muit para SURTAR geral.
Não fosse a OMISSÃO de Cabral, não terÍamos chegado a este impasse que chegamos.
CABRAL NÃO TEM MORAL PARA EXIGIR NADA PARA O RIO , POIS ELE É O PRIMEIRO A DESVIAR AS VERBAS DO ESTADO.
Temos que abraçar esta causa e ir a luta, pois Cabral não tem força nem moral para isso.
ROYALTIES DENTRO E CABRAL FORA. #FORACABRAL #PAESNUNCAMAIS
Gilda – RJ