Governo engana em Macaé

Em nossa terceira viagem a Macaé, encontramos mais do mesmo. Tivemos a oportunidade de voltar pela segunda vez às comunidades de Nova Holanda e Nova Esperança que nasceram no rastro da riqueza que transforma a cidade: o petróleo. Brasileiros de todas as partes chegam sem parar em busca de uma oportunidade que é difícil de surgir.

É uma área pantanosa, difícil, que precisa de saneamento básico. Nós encontramos pelas ruas os mesmos problemas que vimos no começo do ano: esgoto a céu aberto, obras que só possuem placas, valões. O interessante é que os moradores procuram as autoridades e cobram: como vocês querem combater a dengue se o próprio governo deixou aqui tantos buracos, tantas águas represadas?

Nova Holanda e Nova esperança não são muito diferentes de outros lugares que visitamos sem saneamento básico. O que talvez cause mais espanto são as placas que anunciam obras de saneamento, de encanamento de água, luz e asfalto, com gastos acima de R$ 34 milhões, que jamais foram feitas.

Quando aqui estivemos em abril deste ano, uma das placas indicava: “obra entregue em março de 2010”. Nada aconteceu. Agora, esta data foi toscamente coberta de tinta, e as comunidades continuam como antes: sem água, asfalto e saneamento básico.

A passagem pelas duas comunidades não foi tranqüila: os traficantes instalados na área dificultaram nosso caminho e em vários momentos no obrigaram a mudar de percurso. Vimos armas e fotógrafos e cinegrafistas tiveram seu trabalho interrompido muitas vezes. Ou seja, mais além da maquiagem da propaganda do governo, existe uma dominação completa do tráfico.

Mais tarde, no centro da cidade, o clima foi mais ameno: uma boa caminhada pelo calçadão ao lado do candidato do PV a deputado federal, , Dr. Aluízio, e do candidato do DEM ao Senado Cesar Maia, para desfrutar da festa feita pelos amigos e eleitores de Macaé.