Estamos aqui na manifestação na porta do Jornal do Brasil movidos por um sentimento de tristeza muito grande. Isso porque o JB não é um jornal qualquer. Ele é um veículo que teve papel fundamental na formação do moderno jornalismo brasileiro.
Do ponto de vista da redação, alguns jornalistas vindos do Diário Carioca trouxeram inovações como a introdução do lide; do ponto de vista de fotografia o uso da foto com luz ambiente, sem flash; e do ponto de vista da diagramação, uma experiência dirigida pelo Amílcar de Castro, inspirada pelo Mondrian.
Este processo, esta experiência, chegou a atrair jornalistas do mundo inteiro para examinar o que estava se passando por aqui em termos de inovações jornalísticas. Nos últimos anos houve um certo declínio, para nossa tristeza.
Eu acho que a perda do JB é uma pedra grande porque eu acho que o pluralismo é fundamental não só na política como na imprensa. Quanto mais jornais de qualidade uma cidade tiver, melhor será. Embora exista uma tendência mundial que reduz a cada cidade apenas um grande jornal.
Eu comecei no JB em 1958, depois voltei em 1963, dirigi o departamento de pesquisa, fui pauteiro e repórter policial. O JB era a Meca para todos os jornalistas jovens, nós, que sonhávamos e fazer um novo jornalismo, todos queríamos ir para o JB.
Agora nós vamos conversar com o funcionários para saber o que é possível fazer . A minha vinda aqui é mais uma vinda de solidariedade porque eu não tenho uma solução, uma saída para a questão do jornal. Vou ver qual é a saída que os funcionários vão buscar, e dentro dos meus limites, contribuir com ela.
Foto: Marcus Veras http://www.flickr.com/photos/gabeira-43/
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