O Globo publica hoje matéria de página inteira sobre policiamento no Rio. Na verdade, sobre a falta de policiais no Rio. Conselhos comunitários da Baixada Fluminense e do interior denunciam uma redução de efetivos em suas áreas e, consequentemente, um aumento da percepção de insegurança.
Volto ao tema, não para dizer que tinha razão, quando o denunciei na campanha. Apenas para ressaltar que demorou muito a compreensão daquilo que falávamos nos debates. Internacionalmente, admite-se que é razoável o índice de um policial por 250 habitantes; na Baixada , este índice é de um policial por dez mil moradores.
Mencionei, por exemplo, o fato de Nova Iguaçu, com quase um milhão de habitantes, não ter um quartel da PM. E também a volta de ações armadas em Belford Roxo que culminaram com a morte de um bombeiro, durante um arrastão. Em Meriti, uma chacina decretada por um traficante, matou 11 pessoas.
Num dos debates, falei de um encontro com um soldado da PM acompanhado de sua mãe, numa rua de Friburgo. Eles disseram exatamente o que dizem hoje gente de tantos lugares diferentes: o recruta fez exame para atuar na sua cidade e foi escalado para as UPPs no Rio. O mesmo acontece com soldados de outras cidades, como Volta Redonda, Itaperuna e Teresópolis.
Na época das eleições, sem questionar a eficácia das UPPs, apaixonadamente defendidas pelo governo e imprensa, afirmei apenas a tese do cobertor curto.
Seria interessante que nossos deputados estaduais se voltassem para essa realidade, sem medo de parecerem críticos às UPPs pois não é isso o que está em jogo, mas sim uma visão mais equilibrada de um estado onde todos são importantes, todos pagam impostos.
4 Comments
[…] This post was mentioned on Twitter by Murilo Deirane, Erik José Steger, Ernesto Varela, Rafael R, Erik José Steger and others. Erik José Steger said: RT @gabeiracombr: Blog do Gabeira: Cobertor curto na segurança http://bit.ly/amG6pc […]
Em são joão de meriti, quase não se vê policiamento nas ruas, vemos um descaso completo por parte do governo.
As UPPs ajudam uma boa parte da população, porem os responsaveis devem rever os conceitos de segurança na baixada fluminense,se não for revisto o conceito de Segurança no Estado do Rio de Janeiro vamos ter muitos problemas.
Será que só teremos segurança para a zona sul, será o efeito da copa em 2014 e dos jogos em 2016.
Aonde tem turista, damos proteção, esse deve ser o pensamento do GOVERNO.
caide
Gabeira, penso exatamente dessa forma. De fato, não devemos ir contra o que funciona. Porém, não devemos ficar cegos por apenas um ponto positivo. O que mais me impressiona é como as pessoas que são vítimas da propaganda ( por algo que benefica uma parte e prejudica outra – no caso a parte delas) se deixam cegar. A Barca S.A humilha os passageiros, sou de niterói e me sinto humilhado, desprezado e envergonhado, no entanto, a maioria das pessoas que sofrem a mesma coisa votaram no Governo simplesmente porque a propaganda diz que O Rio Card resolveu o transporte, embora a violência em Niterói e, principalmente, São Gonçalo tenha aumentado, por consequência da UPPs na Capital, muita gente acredita que a violência diminuiu porque no Dona Marta não tem mais traficante armado. Perdi meu pai, policial militar do BPRv, num ônibus da 1001, no horário do rush, indo para Araruama. Eram bandidos de Bangu, iam queimar o ônibus, mas pode ter certeza, aquelas pessoas que se livraram da tragédia, votaram com o Governo, pois acreditam que a UPP no Dona Marta, resolveu a violência no R.J. Apoio a tua luta nessa difícil tarefa de tirar a população dessa caverna platônica em que os Governos (em todos os níveis) insistem manter o nosso povo. Abs
Tudo que o senhor denunciou durante a campanha está passando nos jornais:
Falta de policiamento com esse deslocamento de efetivos para as UPP´s.
Hospitais estaduais em estado deplorável, UPA´s sem médicos.
Infelizmente os jornais e telejornais se esqueceram disso durante o período das eleições e agora voltaram a mostrar a realidade do Estado e deixaram para trás o Estado Encantado de Sérgio Cabral.