Chávez morreu e é natural que se discuta seu papel histórico. No entanto, o tema mais importante no momento é o futuro da Venezuela.
Chávez passa, a Venezuela continua. Foi esse um dos principais argumentos de alguns congressistas para votarem a entrada da Venezuela no Mercosul.
As relações com o Brasil ficaram mais estreitas e isso é visível em muitos produtos cotidianos em Caracas. São made in Brazil.
Existe um estado do nosso pais que tem uma relação especial com a Venezuela: Roraima.
A estrada que liga Boa Vista a Santa Helena, no país vizinho, é um corredor de um minicontrabando de gasolina. As marcas estão ao longo da rodovia; veículos queimados e abandonados pelos donos.
A situação econômica da Venezuela não é boa mas, apesar da crise, o fator político deve ser determinante nas próximas eleições, se houver eleições em 30 dias.
O vinculo de Chávez com a população mais pobre é muito grande. Ela se sentiu contemplada por seu governo.
O domínio que o esquema chavista exerce sobre o parlamento e a justiça, a permanente pressão sobre a imprensa independente, criaram uma base forte para a continuidade do chavismo.
Vou esperar os funerais e tentar entender como vão se comportar os principais atores, Nicolas Maduro, o vice, o presidente da Assembléia, Diosdaldo Cabello, e Henrique Capriles, o líder da oposição.
Bolívia e Equador, cada um a sua maneira, estão próximos do chavismo e são também uma continuidade de algumas de suas bandeiras, principalmente a oposição aos Estados Unidos.
Maduro acusou os Estados Unidos de serem responsáveis pelo câncer que matou Chavez. Ele foi chanceler, dificilmente acreditaria numa lenda dessas.
Mas é importante para a criação de um mito que ele morra, de uma forma cinematográfica, pelas mãos do inimigo externo e não porque suas células tenham enlouquecido como acontece com qualquer ser humano.

