O Rio foi escolhido o melhor destino turístico da América Latina, derrotando Buenos Aires e Machu Picchu, no Peru.
A escolha foi feita pelos próprios viajantes, na quinta edição do concurso Traveler’s Choice Destination.
Essa situação pode melhorar ainda com os grandes eventos. Depende um pouco de como vamos reagir ao sucesso.
Existe uma tendência de se acomodar e dizer como no futebol: em time vencedor não se mexe. Essa é uma das grandes bobagens da filosofia esportiva.
Se você não mexe num time vencedor, ela acabará perdendo. No caso do Rio, é preciso nao somente consolidar a posição mas garantir que ela seja uma fonte de renda permanente para a cidade.
Há muita coisa por fazer.
É muito pobre a informação turística no Rio. A pessoa não sabe onde está nem como atingir o lugar que procura.
Um sistema de sinalização sofisticado, possivelmente bilíngue, poderia estar montado desde agora. As placas custam caro? Não há dinheiro? Nesse caso, a iniciativa privada poderia entrar.
Além de um sistema de placas, que é o tradicional, a informática oferece uma infinidade de novas soluções para informar às pessoas.
Uma delas, que a Prefeitura já experimentou em Copacabana, é o chamado QR code. Na verdade é um selo que o celular apontado para ele consegue ler.
Um exemplo: ao apontar o celular, que tenho o aplicativo do QR code para um poste da rua Vinicius de Morais, a pessoa não apenas poderá se localizar, mas também obter informações sobre o poeta que inspirou o nome da rua.
Este é um exemplo bem modesto. As possibilidades são imensas. De vez em quando, alguns turistas japoneses perdidos passam pela Nascimento Silva, em Ipanema, procurando o número 107, celebrizado pela canção de Tom Jobim.
Pensar que um dos problemas do Rio é a informação, no fundo, nos deixa muito tranquilos.
Nunca, na história da humanidade, as possibilidades de transmitir e receber informações foram tão grandes.
Claro que a informação sozinha não resolve outros graves problemas, como o da sujeira nas ruas, por exemplo. Nem a cobiça dos que querem ganhar todo o dinheiro do mundo numa única temporada.
Mas a informação é o ponto de partida não apenas para manter a liderança como destino turístico. Como porta de entrada do país, o que se faz no Rio pode repercutir em todos os outros destinos nacionais.
Resta esperar que a escolha do Rio como melhor destino inspire a vontade de melhorar, ao invés de pura e simplesmente ser um motivo de celebração.
É tudo muito bonito, mas é preciso ralar para competir com outros grandes pontos turísticos no mundo.
Este artigo foi publicado no jornal Metro em 27/05/2013

