Depois de uma palestra em Natal (RN), consegui um tempo para conhecer Galinhos, no litoral norte, distante cerca de 200 kms da capital.
É um desses lugares ainda desconhecidos de muitos mas que foi descoberto pelo turismo de aventuras, especialmente pelos franceses.
Galinhos tem três mil habitantes e um distrito que se chama Galos. Para alcançar os dois só de barco. É preciso deixar o carro num estacionamento e pagar R$2,50 pela viagem.
O atrativo central são as praias e a comunidade de pescadores aos poucos vai se adaptando aos novos tempos. Galinhos não tem vegetação e água doce abundantes.
A paisagem é dunas atravessadas por bugres e pelas charretes que fazem o trajeto de Galinhos a Galos, estas pela praia.
De Galinhos é possível ver um conjunto de turbinas eólicas em Guamaré, dessas que já funcionam mas não conseguem levar a eletricidade para fora, por falta de redes de transmissão.
As turbinas eólicas são muito presentes em todo o percurso. Passamos por elas já no meio do caminho, em João Câmara onde também já estão prontas para levar eletricidade à região.
Nos poucos restaurantes de Galinhos, come-se bem a um preço honesto. Normalmente é o que comemos em praias do litoral nordestino, peixe, arroz, feijão e uma salada de tomate.
As pousadas dos dois franceses são o ponto preferido dos turistas e o lugar mais visitado no fim da tarde é o farol.
Fiz várias fotos e cheguei à conclusão de que poderia realizar um vídeo mostrando o lugar.
Mas o tempo era curto e as fotos funcionam apenas como um roteiro. Não pude falar com muita gente e um personagem me impressionou quando esperava o barco no trapiche: um homem que amarrou uma corda no pé nada puxando sua canoa. Nada bem, firme, a canoa desliza por mais de uma milha, movida a energia humana.
O esporte preferido dos turistas é o kitesurf. Não pude acompanhá-los como queria pois o tempo era pouco.
O tempo foi ainda de reconhecimento das dunas e o encontro com algas coloridas e um longo percurso na praia, observando charretes e bugres.
Fica para a próxima quando tiver um pouco de tempo e levar um equipamento mais pesado. Espero não perder de vista o processo de Galinhos, mas ele se parece muito com o de outros lugares que conheci sobretudo Canoa Quebrada.
O futuro como centro turístico depende também da abundância de água, do esgoto, algo que nem a capital do Rio Grande do Norte conseguiu.
Uma cidade pequena do estado, Carnaúba dos Dantas, mostrou que é possível construir a rede.
As charretes de Galinhos me lembraram as de Paquetá, que vivem no momento um grande drama. O turismo não produz o suficiente para mantê-las e os cavalos sofrem.
Em Galinhos, no entanto, eles me pareceram bem alimentados e com um domínio incrível da areia. Eles fogem da pista seca e preferem a areia apenas molhada e firme. Conseguem um zizague perfeito para otimizar o percuso entre Galinhos e Galos, que também feito por barco ou bugre.








