Quase todos os dias percorro a Lagoa Rodrigo de Freitas de bicicleta. Documento em foto e vídeo a o que se passa nas margens e o que vejo das águas.
A derrocada do império de Eike Batista pode influenciar o destino da Lagoa. Ele tem um projeto chamado Lagoa Limpa que prometia melhoras em quatro níveis.
Um deles era completar a infraestrutura da Cedae para que o esgoto não fosse mais lançado nas águas da Lagoa.
O projeto não resolveria a questão de fundo que é de uma renovação mais eficaz das águas paradas da Lagoa.
De qualquer maneira, quem percorre a Lagoa todos os dias vê que o espelho d’agua continua sujo, assim como as margens. E as vezes manchas de espuma branca se deslocam tocadas pelo vento.
Se Eike deixa a Lagoa, pelo menos os milhares de usuários e admiradores cairão de novo na realidade e voltarão a cobrar providências do governo.
Uma simples passada pela área onde estão os pedalinhos revela como a Lagoa está esquecida.
Um tapume cerca um banco panorâmico que ainda não foi inaugurado. Detalhe: a obra dura quase seis meses.
Se levam quase seis meses para construir e inaugurar um banco, o quanto não levarão para despoluir a Lagoa que tem uma camada de 60 cms de sedimentos e águas contaminadas por metais pesados?
Não é preciso de Copa do Mundo, muito menos Olímpiadas. A Lagoa deve ser preservada porque é vital para milhares de pessoas.
A decisão de recuperar o manguezal e o trabalho de Mário Moscatelli, ao longo de 25 anos, tiveram bom resultado.
Falta avançar em todos os outros campos, porque preservar a Lagoa é como andar de bike: se parar é tombo certo.

